Anteriormente apresentei um panorama sobre a sexualidade na terceira idade, e hoje vou dar segmento nesse tema aqui no blog. Como vimos, a aceitação de práticas sexuais nessa fase da vida envolve uma série de fatores, entre eles, a influência das tecnologias farmacêuticas que ajudam a aumentar a expectativa de vida, fatores psicológicos, fisiológicos, históricos e sociais
Com a vida tendo uma trajetória mais longa, as pessoas começam a enfrentar situações que antes estavam fora de discussão como, por exemplo: um segundo casamento, novos vínculos, o divórcio, o possível contágio com doenças sexualmente transmissíveis, a troca de parceiros, o sexo sem proteção, etc.
Existem casos em que os indivíduos que estão nessa fase da vida evitam atividades sociais, e usam a idade como justificativa para a reclusão. Mas o fato é que, quando o idoso se aposenta de suas atividades regulares, isso não significa que também se aposentou da vida, de suas atividades sexuais e de seu lazer, como a sociedade às vezes enxerga essa situação.
O medo de ser estigmatizado e a falta de motivação pode também inibir o desejo que existe no idoso para a prática sexual. O somatório desses fatores faz com que haja um distanciamento entre pensamento e ações. O indivíduo em idade avançada passa a cristalizar esses preconceitos, internalizando que o comportamento sexual nessa idade é algo errado, degenerado e pervertido.
O preconceito pode também vir de comportamentos que já estão enraizados em nossa sociedade, os quais tratam a sexualidade na terceira idade como um grande tabu, como algo que não existe e que acaba levando o idoso à abstinência sexual e ao amor platônico.
Por conta das atitudes dos mais jovens, há outras situações em que os idosos se sentem vítimas de preconceito. Como essa faixa da população dita muitas das práticas da sociedade, acaba não levando em consideração que seus comportamentos também podem exercidos por pessoas mais velhas. Não existe empatia, os mais jovens não pensam que irão passar por situações semelhantes no futuro.
A falta de informação tem gerado preconceitos, estagnação nas atividades sexuais e má compreensão das mudanças que ocorrem nas pessoas que estão vivendo esse momento da vida. Por vezes, a consequência é o sexo sem segurança e o contágio por DST’s. Como a incidência de contaminação pelo HIV em pessoas acima dos 60 aumentou nos últimos anos, os profissionais de saúde foram atrás de suas causas. Em pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, constatou-se que o preconceito dos profissionais da saúde é um fato que prejudica o combate à AIDS junto a essa parcela da população. Veja a pesquisa na íntegra aqui: USP
Palavras finais
O sexo na terceira idade é cada vez mais presente do cotidiano da sociedade. O debate aberto sobre o tema permite uma vida mais plena à terceira idade, que participa de grupos específicos, frequenta clubes e outros espaços pensados justamente para o seu bem-estar. A informação é capaz de motivar uma reeducação sexual, que estimula novas descobertas entre pessoas da idade que, quando bem vivida, tem tudo para ser a melhor idade!
Referências
nstituto de hipnologia
Sociedade Brasileira de DST’s
Rede Brasil Atual
Universidade Aberta da Terceira Idade
Tags:AIDS, Andropausa, comportamento sexual, Doenças crônicas, DST, fatores psicológicos, Identidade, informação., melhor idade, Menopausa, preconceito, reclusão, sexualidade, terapia sexual, Terceira idade