A cultura do imediato é cada vez mais proeminente na sociedade globalizada. Recebemos estímulos de diversas fontes, possuímos uma programação televisa extensa, meios de comunicação cada fez mais eficientes que nos acessam em todos os lugares e momentos, nos relacionamos com amigos, familiares, colegas de trabalho, chefes, sacerdotes entre outros. Ao fim do dia, muitas vezes estamos exaustos e pouco dispostos à intimidade com o parceiro, rígidos do ponto de vista psicológico.

A terapia sexual age no sentido de aproximar os parceiros para que tenham uma vida sexual mais harmonizada e equilibrada. O contato físico com o outro serve como ferramenta de regulação da energia vital, que às vezes precisa ser liberada ou contida para uma melhor conexão com o parceiro. Ao longo da vida, vamos perdendo a sensibilidade corporal ao toque e ao prazer que ele pode nos dar. Por isso, é importante que sempre observemos se não estamos criando barreiras para nos defender das dificuldades da vida, anestesiando assim, também as sensações positivas.

Segundo a Psicologia Corporal, a libido é fonte de desenvolvimento vital e está relacionada com a nossa capacidade respiratória. Se respiro pouco, sinto pouco. Respirar em demasia também não é o recomendado, já que este estado é mais propenso à grandes euforias e ao comportamento irresponsável. É imprescindível que haja um equilíbrio. Para pessoas que respiram pouco e são mais rígidas, a recomendação é que se passe por sessões de relaxamento e respiração profunda para que a sensibilidade venha à tona. Para pessoas que respiram em demasia, excessivamente agitadas, o processo recomendado é o inverso. O encouraçamento, onde o indivíduo aprende a dominar impulsos mal controlados de sua energia sexual.

Foi constatada por uma pesquisa divulgada na Universidade do Porto, que dificuldades em se ter um orgasmo estão relacionadas à excesso de rigidez do indivíduo. As crenças mais rígidas, quando em excesso, tornam impossível o gozo das plenas liberdades e muitos autores sinalizam para uma tentativa de “frear” o fluxo da energia sexual, indo contra a dinamicidade da natureza sexual humana, causando sofrimento.

Com o movimento da energia sexual, seja na realização de atividades prazerosas ou no exercício do ato sexual, as tensões são temporariamente dissipadas, as couraças afrouxadas e o resultado deste movimento é uma vida com mais cores, mais vontade, alegria e decisão. Para Reich, um autor da Psicologia, existe uma determinada quantidade de energia no universo, e cabe aos indivíduos moldá-la. Ainda segundo este autor, a função sexual é o núcleo da função vital e está ligada ao prazer, à felicidade. Logo, o seu represamento está associado com o aparecimento de neuroses e sofrimento.

Vivemos em um mundo que tenta constantemente neutralizar a sexualidade, inibe a comunicação e gera violência como resultado da rigidez e da falta de diálogo. Ficamos cada vez mais frios, cada vez mais alheios ao toque, até nos encontrarmos solitários e tristes. É considerado normal assumirmos a nossa incapacidade orgástica, diminuindo as possibilidades para o amor e para o prazer. Isso não cabe apenas para as relações sexuais, mas para os esportes, as  artes e outras atividades que geram prazer.

É preciso uma maior harmonia entre mente e corpo, diluindo a separação entre o pensar e o sentir. As dificuldades sexuais podem estar relacionadas à perturbações física em forma de tensões musculares, enrijecimento pélvico e respiração restrita. Técnicas respiratórias, exercícios físicos e outras técnicas englobadas na Terapia Sexual são ferramentas úteis para reestabelecer o equilíbrio das energias corporais e uma base sadia para o funcionamento do organismo, melhorando as relações sociais e compartilhando momentos de paz e felicidade junto ao outro.

 

Fonte:

Onde está o seu desejo? Ou Sobre a falta de desejo nos tempos atuais

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