Dia 6 de setembro foi o dia do Sexo. E assim como outras datas importantes, entenda por que o sexo merece ir para o calendário.
Desde junho desse ano, uma campanha realizada pela Olla, pela Agência Age, com o apoio da MTV, veio a público referente à iniciativa de convencionar o dia 06 de setembro como o dia oficial do sexo. Em paralelo, cartazes e outdoors de São Paulo e do Rio pedem a atenção para o abaixo-assinado disposto no portal www.diadosexo.com.br. Segundo a contagem do próprio site 41 338 pessoas já aderiram ao pedido, até a criação dessa matéria. Porém, para a proposta se tornar oficial, é necessário, pelo menos, 1 milhão de votos, número referente a 10% do eleitorado brasileiro.
Segundo o redator da agência de comunicação Age e um dos criadores da campanha, Rodrigo da Mata, a proposta vai muito além do objetivo comercial: “Por que não convencionar o dia 6/9 como o dia em que as pessoas deveriam falar sobre sexo seguro, doenças, quebra de tabus e muitos outros assuntos referentes ao tema?”, afirma o redator. “Datas como o Dia dos Namorados e o das Crianças foram criadas assim. A inicitiva vai muito além da campanha, pensávamos em um movimento social e foi o que aconteceu”, completa Rodrigo.
Os benefícios do sexo
É comum imaginar, ao ouvir a palavra sexo, cenas eróticas e/ou posições sexuais, porém, o que a maioria não sabe é que sexo não é só isso. Existem condições pouco consideradas para que essa situação se configure. Sexo não é desempenho em que podemos quantificar ou mecanizar, existe um universo em que o sexo está inserido, do qual se denomina de sexualidade. A definição proposta pela Associação Mundial para a Saúde Sexual (World Association for Sexual Health – WAS) para sexualidade a descreve como um aspecto central do ser humano durante a vida e abrange sexo (forma física), identidade e papéis do gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução; sendo experienciada e expressada em: pensamentos, fantasias, desejos, opiniões, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos; e influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, cultural, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais.
Segundo o psicoterapeuta em sexualidade e membro da WAS, Dr. Ítor F. Júnior, essa explanação nos faz perceber que não é fácil falar sobre sexo uma vez que a expressão dessa prática é influenciada por tantos fatores e característica a cada indivíduo. Assim, é possível afirmar que a quantidade de sexo, práticas, formas e preferências tornam-se irrelevantes.
“Isso não significa que sexo é relativo, mas que é necessário olhar se essas expressões sexuais sejam na forma de práticas sexuais (sexo) ou de outras formas de expressão, são prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação e violência. A partir daí conseguimos falar de benefícios que o sexo traz. Muito mais do que isso, passamos a falar de Saúde Sexual, que não somente diz respeito à ausência de doenças sexualmente transmissíveis, como se acreditava na década de 70; mas a um estado de bem estar físico, emocional, mental e social relacionado à sexualidade”, explica o doutor.
DSTs
As doenças sexualmente transmissíveis e a AIDS não discriminam públicos por classe social, sexo ou idade. O Programa Nacional de DST e AIDS, órgão do Ministério da Saúde que busca reduzir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis no território nacional informou que, atualmente, as tendências da epidemia de AIDS no Brasil apontam para o aumento do número de casos entre mulheres, heterossexuais e pessoas com mais de 50 anos – este último será o tema da campanha de 2008 do Ministério da Saúde.
Como se prevenir?
“O único método 100% eficaz de prevenção de DSTs é a abstinência sexual e/ou práticas sexuais solitárias, a exemplo a masturbação. Para práticas sexuais em parcerias é o preservativo, seja ele masculino ou feminino”, confirma Ítor. É importante destacar que somente distribuí-los não soluciona o problema das doenças sexualmente transmissíveis e a AIDS, é preciso instrução e conscientização não só ao que se refere ao uso.
Conheça os principais problemas que ocorrem nas camas dos casais brasileiros:
De acordo com o psicoterapeuta, denominam-se de disfunções sexuais dificuldades que impedem o funcionamento sexual humano, impossibilitando e causando sofrimento na expressão de um indivíduo em práticas sexuais. Segundo Ítor, as principais queixas masculinas nas clínicas médicas estão relacionadas às:
– Dificuldade de manter e/ou ter uma ereção (disfunção erétil) – 43 a 88%
– Ausência de controle voluntário da ejaculação (ejaculação rápida) – 15 a 82%
– Dificuldades em conseguir ter orgasmo (anorgasmia) – 2 a 27%
– Dificuldades com desejo sexual (desejo sexual hipoativo) – 4 a 42%
– Dores na relação sexual (dispareunia) – 4 a 66%;
– Outras Dificuldades – 1 a 13%
Já para as queixas femininas, destacam-se:
– Dificuldades em conseguir ter orgasmo (anorgasmia); 2 a 27%;
– Dores na relação sexual (dispareunia); 4 a 66%;
– Impossibilidade de penetração vaginal (vaginismo) – 1 a 23%;
– Dificuldades com desejo sexual (desejo sexual hipoativo) – 4 a 42%;
– Outras Dificuldades – 1 a 13%
“Não sendo possível a resolução dessas queixas sexuais sem auxílio de um profissional qualificado e treinado especificamente na avaliação apropriada e tratamento psicoterapêutico das mesmas. Quanto à incidência as pesquisas científicas descrevem que 8 a 33% da população adulta mundial possuem algum tipo de disfunção sexual; incidência diferenciada por população, sexo, idade, uso de medicamentos e doenças”, conclui.
Fonte: Blog Bruno Acioli/Portal Terra
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