O período da gravidez é um período de muitas mudanças na vida de uma mulher. Com a sua vida sexual, também não poderia ser diferente. Mas o que muda entre a sexualidade antes da gravidez, durante e depois dela?

As Mudanças Físicas

Na gestação, o corpo feminino muda drasticamente do ponto de vista fisiológico e hormonal. Há grande aumento da produção de estrogênio e progesterona, diminuição das gonadotrofinas, aumento do volume cardíaco. Há diminuição do hábito intestinal, maior reatividade vesical, alterações capilares e da pele, além do aumento do volume abdominal e das mamas. Isso pode gerar sentimento de baixa auto-estima. A mulher pode sentir-se inapta para seduzir e pode temer não recuperar o corpo de antes da gravidez.

As Mudanças Emocionais 

O caráter irreversível da gravidez coloca a gestante frente a novas reflexões, angústias, emoções, medos relacionados à perda do bebê, perda da sua própria autonomia que se contrastam e equilibram com a alegria, felicidade e orgulho de ser mãe.  Enquanto a chegada de um filho pode ser a consolidação de um projeto a dois, uma estrutura fragilizada pode agravar ainda mais os pontos negativos do casal.

As Mudanças Sexuais

Um estudo publicado na revista Sex & Marital Therapy afirma que a frequência da atividade sexual tende a diminuir um pouco no primeiro trimestre, a variar no segundo e a cair drasticamente no terceiro. A situação é ainda mais crítica no período puerperal. Apenas 25% das mulheres entrevistadas relataram ter disfunções sexuais antes da gravidez. Esse número subiu para 50% no período pós-parto.

Outros estudos encontraram dados semelhantes. Em um estudo publicado um ano antes, 38% afirmou sofrer com disfunções sexuais antes da gravidez. Este número saltou para 83% após 3 meses do parto, e regrediu para 64% após 6 meses do parto.

O Puerpério 

O puerpério pode ser definido como primeiro ano após o nascimento do bebê e é caracterizado por intensas mudanças biológicas, psicológicas e sociais. O hormônio prolactina reduz a lubrificação vaginal, a intensa relação com o bebê afasta a mulher do parceiro, podem haver sequelas devido a lacerações e episiotomias resultantes do parto, a vagina e o útero voltam ao tamanho normal, com a possibilidade de ocorrência de sangramentos, entre outros problemas.

Gravidez exacerba aquilo que existe

Os autores descobriram também que a sexualidade durante a gravidez e depois do parto tem relação estreita com a sexualidade no período pré-gestação. Isso quer dizer que se a mulher já apresentava disfunções sexuais antes da gravidez, estas disfunções tendem a se exacerbar. Por outro lado, se a vida sexual estava saudável, a gravidez e o puerpério tendem a ser mais tranquilos sob o ponto de vista sexual. Portanto, se o casal que pretende ter filhos está experimentando disfunções sexuais antes da paternidade, o ideal é buscar ajuda e orientação o mais rápido possível. Prevenir problemas futuros e zelar pela manutenção do relacionamento deve ser uma preocupação constante.

 

A sexualidade é subjetiva

Da mesma maneia que algumas mulheres tendem a ter sua sexualidade diminuída na gravidez, não é incomum a mulher se sentir desejada e amada devido à atenção recebida pelo marido, parentes e amigos. O importante é prezar por uma vida sexual saudável, tomando os cuidados necessários com o corpo e com a mente.

 

 

Fonte:

Livro: Sexualidade: do prazer ao sofrer

Sexuality During Pregnancy and the Postpartum Period

The relation between prepregnancy sexuality and sexual function during pregnancy and the postpartum period: a prospective study

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