Para começar a falar de compulsão é importante ressaltar, que gostar muito de sexo e ser compulsivo possui uma grande diferença. Uma mulher chamada vulgarmente como ninfomaníaca, possui um desejo sexual que ocupa sua mente o tempo todo, fazendo com que não consiga se concentrar em nada além de pensar em todas as suas fantasias e desejos sexuais. Para os médicos o paciente deve estar com esse comportamento por mais de 6 meses para conseguir diagnosticar a pessoa como compulsória por sexo.

O psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade, Oswaldo Rodrigues, afirma que não existem problemas em praticar o ato sexual em excesso, são as questões psicológicas que causam os problemas. Essas mulheres priorizam o sexo em sua vida, deixando carreira, família e saúde em segundo plano. Muitas vezes elas perdem o controle, podendo cometer sérios deslizes morais e sociais.

Essa patologia costuma surgir na juventude, agravando quando a pessoa atinge a vida adulta. Normalmente vem relacionada a um transtorno obsessivo compulsivo, onde o desejo funciona como uma irritação muito forte, que só é aliviada com o ato sexual. O grande problema é que isso funciona como uma droga, quando mais você pratica o ato sexual mais vontade você possui. Tais condições estão associadas a disfunções dos sistemas de norepinefrina que regula o afeto e a habilidade com o estresse emocional, serotonina que regula a estabilidade emocional, e dopamina que trabalha com o sistema de recompensa e busca de incentivos e é a responsável pela atividade sexual excessiva feminina.

Segundo Carnes, são quatro as fases de dependência sexual

1 Fissura (craving): extrema vontade de ter atividade sexual, com pensamentos intensos relacionados com sexo

2 Ritualização: o individuo passa a desenvolver toda uma rotina diária com excitação crescente até levar a um comportamento sexua

3 gratificação sexual: o indivíduo não consegue interromper o comportamento chamado de “acting out” antes de se satisfazer

4 desespero: o indivíduo após o ato sexual, se sente angustiado, desconfortável, envergonhado e com remorso.

É comum que o indivíduo apresente mais de um sintoma, além da compulsão sexual, chamados de comorbidades psiquiátricas, como: transtornos ansiosos (50%), transtornos de humor (39%) e transtornos pelo uso de substâncias psicoativas(68%).

Psicólogos separaram três perguntas que os auxiliam a diagnosticar uma mulher com compulsividade sexual, essas são: “Tenho senso de que perco o controle com relação ao meu comportamento sexual? Estou sofrendo significantes consequências por conta da minha falta de controle?  Me sinto como se pensasse constantemente no meu comportamento fora de controle, quando não quero? ” Com essas respostas do paciente, é conseguido definir os limites do vício e da compulsividade. Entre essas perguntas normalmente é indagado sobre consumo de pornografia e a masturbação

A compulsão por sexo não tem “cura”, mas sim controle. Existem grupos de apoio, como para os dependentes de álcool e drogas, que auxiliam muito no tratamento. Com as trocas de experiência os pacientes aprendem em como lidar com sua própria dependência. Infelizmente a grande maioria das mulheres com essa patologia, não buscam a ajuda necessária, por isso o grande primeiro passo para o tratamento é a pessoas perceber que precisa de ajuda e busca-la. Além disso em alguns casos, medicamentos são receitados como antidepressivos e neurolépticos. O controle da compulsividade depende do esforço individual de cada um, podendo levar meses ou anos para o controle.

Existe uma irmandade de apoio chamada DASA (Dependente de Amor e Sexo Anônimos), que visa auxiliar aos compulsivos a largar seu vício em sexo e muitas vezes em amores desregrados, em 12 passos, como no modelo do AA (Alcoólicos Anônimos). Para saber mais sobre essa organização disponibilizamos o site deles:

http://www.slaa.org.br/br/

Essa doença já foi descrita em diversos livros e filmes. Um deles é o filme “Shame”, que conta um pouco da trajetória de um empresário que convive com a compulsividade sexual. Para quem gostaria de saber um pouco mais sobre essa doença, fica a indicação do filme.

 

Referências:

Entrevista Dra. Carmita Abdo – Jovem Pan

Entrevista Dra. Carmita Abdo- página do Terra

Entrevista Psicólogo Oswaldo Rodrigues – Vila Mulher

Livro Medicina Sexual e Sexologia- capitulo disfunções do desejo sexual feminino- Sidney Glina e Cila Ankier

Livro Sexualidade do prazer ao sofrer, organizadoras Alessandra Diehl e Denise Leite Vieira o capítulo foi escrito pelas duas primeiras autoras e Maria Clara Schnaidman Suarez.

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